sábado, 10 de setembro de 2011

E, quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz.(Mateus 27:32)

Essa é a história de Simão, o homem que foi escolhido por Deus para ajudar a Jesus carregar sua cruz.
O caminho que Jesus percorreu até o lugar da sua crucificação era longo e doloroso demais. Deus Pai sabia. 
Havia muitas pedras, as ruas da época eram muito piores que as de hoje, não existiam asfaltos, nem calçadas, nem toldos para aliviar o calor do sol, enfim, não havia algumas regalias, mas haviam situações que ainda hoje encontramos, por exemplo: Haviam escarnecedores, traidores, pessoas infiéis e maldosas, palavras torpes, carregadas de insultos e maldições, pessoas que se alegravam com o sofrimento do outro e nem se importavam em aliviar as suas dores. deus Pai também sabia disso.
Pessoas sem o sentimento de gratidão, e embora Jesus tivesse feito tantas obras dignas de louvor, a maioria, senão todos, não agiram com sentimento de gratidão, muito ao contrário. Jesus pode ter sentido muitas emoções naquele momento onde sua missão era carregar os pecados da humanidade em seus ombros, e o peso de tudo isso era muito grande, e nenhum "obrigado"...isso me parece bem pior. Ele, talvez, precisasse naquela hora de alguém para ajudá-lo a seguir em frente com o propósito do Pai, mesmo sendo Deus e podendo todas as coisas. Deus Pai, quis nos ensinar através de Jesus, o valor da gratidão e da mão estendida.
Hoje, vivemos as mesmas situações em nossas vidas.
Quantas vezes vemos ou sabemos que as pessoas estão sofrendo ao carregarem os seus fardos, as suas lutas e sofrimentos, e quantas vezes também não fazemos nada para ajudá-las?
Quantas vezes somos ajudados em nossos problemas, sejam eles quais forem, recebemos mãos que nos abençoam, palavras de ânimo, e não somos capazes de retribuir nem ao mesmos com um gesto de gratidão, seja em palavras ou expressões que demonstrem nosso contentamento, nosso alívio?
Deus Pai enviou um ajudador a Jesus, mesmo sendo Ele o Salvador do mundo e das nossas vidas, identificou a necessidade de alguém para aliviar o seu cansaço e a sua dor, e nós? Temos aliviado as dores uns dos outros, seja em palavras ou em atitudes?
Temos sido aliviados em nossas dores por alguém que Deus tenha colocado em nossas vidas, e se temos, há em nós alguma gratidão a Ele  por isso?
Refletindo sobre isso, o Espírito Santo ministrou em meu coração a resposta de algo que há muito tempo vinha questionando: Qual é o propósito de uma vida de co-dependente? Qual a razão para ser tantas vezes não agradecida ou nem percebida(Quem tem um dependente químico sabe do que estou falando)?
Tantos esforços não reconhecidos, tanta renúncia e tanta dor sem as vezes não ter com quem falar , ser alvo de palavras duras sem razão, quando a doença grita o temperamento muda e os sentimentos se confundem?
Bem, O Senhor Deus escolhe quem irá ajudar o outro a carregar a sua cruz e aliviar a sua dor...
Fui escolhida!
Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Mateus 25:35
A vida de Simão nunca mais foi a mesma, creio eu, e ficou para sempre marcada e será lembrada todas as vezes que falarmos de Jesus em seu caminho até o Calvário, isso sem dizer na Vida eterna...
Isso mudou a minha história, e todas as vezes que passo por algo que me entristece ou me faz perguntar "porquê?", trago a minha memória o que me dá esperança, saber que Deus me delegou essa missão de ajudar a aliviar a dor e as cargas, seja do meu marido, seja de qualquer outra pessoa, me dá uma sensação de paz...
Eu posso ajudar e preciso de alguém que me ajude, mas devo estimar muito mais o sentimento de gratidão a Deus e ao outro, para que eu não me perca quando tiver que passar pelas ruas cheias de pedras, com os ombros cansados...

                                                                                                   KÁTIA USIER